Desde que lançou o grupo Rouge em 2002, Rick Bonadio não conseguiu emplacar nenhum outro artista ou grupo que vendesse tantos discos e emplacasse tantos hits em massa como o quinteto feminino mais relevante que a música nacional já teve.
Mais de 10 anos se passaram e, depois de ver suaschances de fazer um retorno comemorativo do grupo de seu maior trunfo da ultima década caírem por terra devido a problemas legais, o produtor está lançando mais um produto, fruto de um programa chamado “Fábrica de estrelas”: a girlband que acabou sendo batizada de ‘Girls’.
A falta de criatividade na escolha de nome é um reflexo do trabalho como um todo. Escrita pelo próprio Rick Bonadio em parceria com Di Ferrero (NX Zero), a letra pode ser comparada aos piores momentos de composição do mainstreaminternacional. E, preconceitos aparte, versos como “Junto com a galera a noite fica pequena, quando a gente chega é pra roubar a cena” costumam ficar ainda mais constrangedores em português.
No quesito produção, Bonadio já vem mostrando que se nas décadas passadas tinha um pé no que havia de mais atual, hoje não fica em nada à frente de jovens aventureiros que se acham produtores por terem um Teclado Casio.
A sonoridade é ultrapassada, o arranjo é pobre, os vocais não são marcantes, a parceria não combinou. Nada parece ter funcionado no primeiro single de trabalho do quinteto Girls. Por falar nas integrantes, ao contrário do Rouge, que tinha integrantes com características bem marcantes e que conseguiam se destacar tanto individualmente quanto como quinteto, Ani Monjardim, Bruna Rocha, Jennifer Nascimento, Natascha Piva e Caroline Ferreira, que compõem a novidade, pelo menos a princípio, não ainda não mostraram a que vieram.
Na primeira e única performance que o quinteto nacional fez até o momento, fica ainda mais evidente a distância que há entre o resultado e o esperado com o concurso. Mais parece que Rick Bonadio mirou em um novo Rouge e acertou uma nova roupagem de As Patotinhas.
Girls: falta apenas tudo pra ficar bom.
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